segunda-feira, 25 de outubro de 2010


Acabei transformando esse blog, que se propunha a ser profissional, num grande desabafo. Mas qual é a profissão do artista se não desabafar?

Seja numa letra, numa melodia ou num blog.

Isso porque está difícil de compor. Toda a minha inspiração está sufocada pela burocracia que é mandar um disco pra fábrica. Não é tão simples como se imagina. É uma infinidade de documentos e provas de cor, e formatos de arquivo... E pra artista independente é muito mais complicado.

E como nem tudo depende de mim, fica mais complexo ainda. Não agüento mais. Meu lado artista está espremido pela produtora. E não é a coisa mais inteligente do mundo produzir o próprio disco. A ansiedade toma conta e você não tem de quem cobrar, com quem reclamar. Conclusão: você reclama consigo mesma. Por isso a dor de garganta me pegou de jeito nessa semana. Estou gritando comigo mesma.

A quem interesse minha vida pessoal está ótima. Estou apaixonada por alguém e muito apaixonada por mim quando estou com ele. As descobertas não param. O meu namoro comigo mesma está melhor que nunca. Estamos vivendo como um trio: quem sou, ele e quem estou me tornando. Quem sabe um dia não vira uma dupla?! Simplesmente eu e ele. Por esse lado estou muito feliz.

Mas sou obcecada pela minha carreira e me incomoda a inércia em que me meti. Quero sair dela. Como faço? Preciso da minha própria ajuda.

Esse FDS prolongado vai ser perfeito pra voltar ao equilíbrio. Como já brinquei, minha alma está grunge. Mas apesar de continuar adorando Nirvana, “cagar pro mundo” não é eficaz. Nem é próprio da minha pessoa. Volto com tudo assim que voltar. Até lá, vou ficar ouvindo Nevermind e tomando muito vinho.

Ah, e namorando bastante, pq como disse, estou muito apaixonada.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010


São egoístas os que amam e são falsos os que beijam.

São atores os que choram e compositores os que se declaram.

E os que se beijam.


São ridículos os que riem e advogados os que explicam.

São imbecis os que se explicam.


São músicos os que gritam e os que gemem de prazer.

São hipócritas os que deixam de amar para não sofrer.

São revoltados os que precisam de outro pra ser.

São idiotas os que acham que é prosa a poesia que não rima.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Se não fosse pelos Bolsa-qualquer-coisa, eu diria que o governo Lula foi até razoável. Pois ele perpetuou, sem tanta competência, uma política PSDBista que vinha dando certo. Exceto com relação aos vizinhos bélicos e ao Irã, o que me preocupa bastante.

Mas ele simplesmente deu continuidade ao que já tinha sido implementado, o que foi ótimo. Assim que foi eleito despiu-se de todas as suas convicções radicais e vestiu um belo terno. Só esqueceu de estudar a língua-mãe, mas isso traz um charme marxista. Para os que gostam, o que não é o meu caso.

Mas voltando às bolsas, que não são de grife, mas que custam muito caro para os trabalhadores, esse sim é um caminho sem volta. Se quem entrar for ela, obviamente vai dar continuidade. Mas se quem entrar for ele, vai ter que dar também, pois imagina um país inteiro de recebedores passivos contra o presidente. Crise interna certa.

Mas estender, como ambos propõem... caramba... Já ouvi muitos falarem que os pobres hoje podem comprar e estão se alimentando melhor. Tomara que isso seja verdade, porque eu não vejo assim. Se a economia estivesse ótima como dizem, os salários estariam bons- e isso eu sei que não estão – e os pobres não precisariam ganhar o peixe do governo.

Um dia valerá mais a pena, se é que já não vale, ser desempregado que ser força produtiva. E quando descobrirem isso quem vai pagar o bolsa-tenha-filhos?!

Essa é uma pergunta que eu queria ver respondida num debate.

Quanto à chance de termos uma mulher no governo, eu sei que o Brasil ia adorar bater no peito por não ser sexista. Mas justamente defendendo os direitos iguais, votemos pela pessoa e não pelo gênero.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Em boca chiusa não entra mosca. Não posso me dar ao luxo de hospedar parasitas.

Como administrar grandes sentimentos contraditórios? Hoje sou a contradição personificada. Mas em um aspecto não poderia estar mais certa. Um desejo que me faz seguir em frente, de cabeça erguida e nariz arrebitado. E me faz chorar muito e dar gargalhadas. E sorrir sozinha, só de pensar no futuro. Saudade do que nunca vivi. Talvez por já ter vivido tantas vezes na minha cabeça.

Hoje sonhei que estava enrolada no fio de um microfone. Num palco. Morrendo de achar aquilo maravilhoso. Que saudade. E essa saudade é a que dói.