terça-feira, 17 de novembro de 2009

Lembro-me do dia em que constatei a farsa. Eu já nem era tão criança, mas ainda fazia questão de acreditar na existência de um ser totalmente altruísta e onipresente. Alguém que em uma noite consegue estar em todas as casas do mundo, comer bilhões de biscoitos acompanhados de bilhões de copos de leite. E eu ainda me equilibro para conseguir estar presente em todos os clãs familiares e almoçar somente quatro vezes em um único dia.
Além disso, nada é mais generoso que fabricar bilhões de presentes e distribuí-los sem cobrar sequer uma gorjeta, sem pedir um mísero copo d’água. Nada é mais capitalista que desejar presentear todas as crianças do mundo, com o melhor brinquedo do ano. E eu me esforço para fazer isso sem prejudicar o orçamento destinado às minhas espremidas férias de Reveillon.

A verdade é que Papai Noel existe sim e sou eu. Com menos sucesso, mas com as mesmas expectativas.

A diferença entre nós é que ele se orgulha em completar sua saga planetária sem perder a tão querida e rechonchuda barriguinha. No final ele voltará para o Pólo Norte, aonde não precisará usar bikinis de lacinho. Já eu...

A verdade é que nada representa melhor o Natal que alguém consumista, comilão e onipresente. Só tenho pena pela roupa de neve em pleno verão carioca.

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